CÉREBRO E ESTÔMAGO

 

 

   Se pretendes ajudar o cérebro que desatina, atende igualmente ao estômago que padece.

            “Mente sã em corpo são” – doutrinava a cultura antiga.

            E ninguém terá pensamento sadio sem digestão correta.

            Claro que não nos referimos aqui aos abusos do prato, mas à refeição frugal e pura que mantém a saúde física.

            Não olvidemos, assim, a obrigação de sossegar as necessidades básicas do próximo para que lhe possamos doar a mensagem de nossa fé.

            Nem somente pão excessivo que redime em moléstia a viciação.

Nem somente discurso sistemático que resulte em damagogia e retórica.

            Orientação para o cérebro.

            Socorro para o estômago.

            Exemplo e lição, atitude e palavra.

            Alimento e agasalho, remédio e consolo.

            Estudo que edifique.

            Bondade que reconforte.

            Refeitório que restaure.

            Escola que ilumine.

            Através do Evangelho, no capítulo seis dos Atos dos Apóstolos, somos informados de que no primeiro santuário do Cristianismo em Jerusalém, havia quem amparava os sedentos de luz e quem servia aos famintos de pão.

            Conjugavam-se tribuna e mesa, verdade e amor para a vitória da luz.

            Assim sendo, no apostolado espírita que revive o ministério divino de Nosso Senhor, não nos esqueçamos das aflições da alma e do corpo.

            Auxiliemos as vítimas da ignorância, sem olvidar as criaturas que jazem sob o grilhão das calamidades materiais.

            O cérebro depende do estômago para governar a vida orgânica. O estômago depende do cérebro para sustentá-la.

            Ambos reclamam atenção e carinho.

            Foi por isso, talvez, que a Sabedoria Divina separou um e outro, impondo-lhes o coração de permeio. 

 

Scheilla

por Francisco Cândido Xavier

 

Livro:   Ideal Espírita

            Francisco Cândido Xavier, Waldo Vieira, por Espíritos Diversos

            CEC – Comunhão Espírita Cristã