Amélia A. do Sacramento Rodrigues

 

Amélia A. do Sacramento Rodrigues (26/05/1861 - 22/08/1926), nascida em Oliveira dos Campinhos, em Santo Amaro (BA), Filha de Félix Rodrigues e de Maria Roquelina Rodrigues. Foi professora, teatróloga, poetisa, tradutora e conferencista, deixando uma grande contribuição literária e cultural à História da Bahia. Nascida na Fazenda Campos, da freguesia de Oliveira dos Campinhos, então pertencente ao município baiano de Santo Amaro. Atualmente município de Amélia Rodrigues. Desde sua infância já mostrava sua elevada condição espiritual, tendo começado a escrever primeiros poemas, em 1873 aos 12 anos. A vida dessa extraordinária mulher e seu esforço em atingir os seus ideais, deixou muitos admiradores na época. Sua vocação para o magistério era inata. Em 1878, vai para Escola de Magistério. Classifica-se em primeiro lugar em concurso público para professora. A par disso, matriculou-se no colégio e começou a lecionar no Arraial da Lapa. Num tempo em que os professores eram “mestres-escolas”, ou seja, praticamente inexistiam os colégios, atuando cada mestre na formação elementar dos alunos, revela Amélia Rodrigues sua vocação para o magistério, revelando-se. Posteriormente lecionou em Santo Amaro da Purificação por oito anos consecutivos. Em 1879, ela inicia publicações em periódicos. Em 1891, graças à sua capacidade para lecionar e ao seu amor à causa do ensino, foi transferida para Salvador e lotada na Escola Central do Bairro Santo Antônio. Um de seus alunos, adolescente ainda, em 1905, foi selecionado para lecionar inglês pelo sistema do filósofo Spencer. Amélia Rodrigues não só o ajudou a compreender o pensamento com o pensamento do filósofo, como complementou o seu aprendizado dizendo: "O jovem precisa de educação moral, que é o princípio fundamental da disciplina social; sem apelar para o coração, educar é formar no homem as mais duradouras forças da ordem social".
O pensamento de Amélia Rodrigues se identifica com o pensamento de Fénelon, contido em "O Evangelho Segundo o Espiritismo": "Educar é formar homens de Bem, e não apenas instruí-los”.
O pensamento de Amélia Rodrigues se identifica com o pensamento de Fénelon, contido em "O Evangelho Segundo o Espiritismo": "Educar é formar homens de Bem, e não apenas instruí-los". Aposentada, não abdicou de seu ideal de ensinar. Retornou ao magistério de forma ainda mais marcante. Fundou o Instituto Maternal Maria Auxiliadora, que mais tarde transformou-se na "Ação dos Expostos”.
 Dedicou-se ao jornalismo como colaboradora das publicações religiosas "O Mensageiro da Fé", "A Paladina" e "A Voz". Escreveu algumas peças teatrais, entre as quais "Fausta" e "A Natividade". É autora dos poemas "Religiosa Clarisse" e "Bem me queres". Produziu ainda obras didáticas, literatura infantil e romance. Desencarnou em Salvador em 22 de agosto de 1926.
No Plano Espiritual, continuou seus trabalhos esclarecedores e educativos, baseados principalmente no Evangelho de Jesus, fonte inspiradora de suas obras quando encarnada. Encontrou na Espiritualidade - seara infinita da imortalidade - maior expansão para seu espírito sequioso de conhecimento e faminto de amor, dando vazão aos anseios mais nobres. Aprofundou-se na mensagem de Jesus e, na atualidade, participa da falange de Joanna de Ângelis, mentora de Divaldo Pereira Franco.
Pela psicografia do abnegado medianeiro, vem trazendo páginas de beleza intraduzível, que abordam os mais variados assuntos sobre o Evangelho, seu tema predileto, de onde extrai lições edificantes para aqueles que estão cansados e sobrecarregados, necessitados de orientação e de consolo.

Fonte:
Até o Fim dos Tempos
Amélia Rodrigues (espírito) / psicografia de Divaldo Franco
Editora LEAL, publicado em 2000.

Melodia (-2/01/2006)
Escuta a melodia da vida, afagando a Natureza.
Mensageira de Deus, é o murmúrio luminífero das estrelas, nos céus, embelezando a noite como harmoniosos solfejos de ninar.

Na água do regato refrescante que atende o solo, canta na vibração de milhares de gotículas quais diamantes liquefeitos, num impulso de tudo acariciar.
Penteando os cabelos de ouro do trigo maduro, no coração da seara, conduz-se nos braços do vento como alegria cantante em ritmo de felicidade.
Voluteando com o perfume das flores que as correntes aéreas carregam, saúda, canora, a face doirada do Sol que lhe oferece palco luminoso, enquanto sua música embevece os ouvidos do arvoredo exuberante que aplaude com um vibrante farfalhar de folhas.
Tomando as vozes do mar, desfeito em rendas de brancas espumas, na areia, evoluciona, ligeira, e abraça a praia orlada de verde relva qual tapete de esperança.
Evita, assim, que a tua aflição se transforme em tristeza e a amargura desfaça a vibração da melodia divina no teu coração.
Mesmo que tudo pareça conspirar contra a esperança que acalentas, escuta a ridente melodia da vida que te cerca e mantém a alegria como indicio de felicidade.
Vibra, feliz, mesmo que o coração esteja dilacerado e o rosto se encontre banhado de lágrimas...
A tempestade que beneficia, muitas vezes causa danos, para que a madrugada, bondosa, depois que a tormenta cesse, renove todas as coisas com a melodia da paz, num renascimento de esperança, sobre a terra vergastada onde as aves, felizes, construirão novos ninhos, entoando a sublime melodia da vida vitoriosa.
Amélia Rodrigues
psicografia de Divaldo Pereira Franco

RESPEITO DE SEU FILHO (ùltima psicografia recebida 05/12/2005, 17:35 
Seu filho é abençoado aprendiz da vida. Não lhe dificulte a colheita das lições, fazendo-lhe as tarefas. Seu filho é flor em botão nos verdes ramos da existência. Não lhe precipite o desabrochar, estiolando-lhe a vitalidade espontânea.
Seu filho é discípulo da existência. Não lhe cerceie a produtividade, tomando sobre os seus ombros os misteres que lhe competem. Seu filho é lâmpada em crescimento de luz. Não lhe coloque o óleo viscoso da bajulação para que não afogue o pavio onde crepita a chama da esperança. Seu filho é fruto em formação para o futuro. Não procure colher, antes do tempo, o benefício que lhe não pertence.
Lembre-se, mãe devotada que você é, que o seu filho é também filho de Deus.
Você poderá caminhar ao seu lado na estrada apertada, mas ele só terá honra quando conseguir chegar ao objetivo conduzido pelos próprios pés. Você tem o dever de lhe apontar os abismos à frente; mas a ele compete contornar os obstáculos e descer às baixadas da existência para testar a fortaleza do próprio caráter.
Você deve ministrar-lhe o sustento do Evangelho; mas a ele compete o murmúrio das orações, na prece continuada das ações nobres. Seu filho é o discípulo amado que Deus pôs ao alcance do seu coração enternecido, no entanto, a sua tarefa não pode ir além daquele amor que o Pai propicia a todos, ensinando ao tempo, corrigindo na luta, e educando através da disciplina na para a felicidade. Mostre-lhe a vida, mas deixe-o viver. Fale-lhe das trevas, mas dê-lhe a luz do conhecimento. Mande-o à escola, mas faça-se mestra dele no lar.
Apresente-lhe o mundo, mas deixe-o construir o próprio mundo. Tome-lhe as mãos e ponha-as no trabalho, ensinando com o seu exemplo, mas não lhe desenvolva a inutilidade, realizando as tarefas que lhe competem. Seu f ilho é vida da sua vida que vai viver na vida da Humanidade inteira. Cumpra o seu dever amando-a, mas exercite o seu amor ensinando-o a amar e fazendo que no serviço superior ele se faça um homem para que o possa bendizer, mais tarde.
Ame, em seu filho, o filho de todas as mães e ame nos filhos das outras o seu próprio filho, para que ele, honrado pelo amor de outras mães, possa enobrecer o mundo, amando outros filhos.
Seu filho é semente divina; não lhe negue, por falso carinho, a cova escura da fertilidade, pretextando devotamento, porque a semente que não morrer jamais será fonte de vida.
Mãe! Seu filho é a esperança do mundo; não o asfixie no egoísmo dos seus anelos, esquecendo-se de que você veio à terra sem ele e retornará igualmente a sós, entregando-o a Deus consoante as leis sábias e justa da Criação.
Amélia Rodrigues
(De “Crestomatia da Imortalidade”, de Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos)