PROFESSORES GRATUITOS

Todas as aquisições guardam o preço que lhe correspondem.

Enquanto na Terra, permutamos sempre em determinados valores, certas utilidades de que a nossa vida carece.

Compramos o livro que nos ensina, pagamos o ingresso ao parque de diversões, adquirimos o comprimido para a dor de cabeça.

Somos devedores, nas escolas, nos bancos, nos armazéns e nas farmácias.

Por toda parte os recursos ordinários da alimentação e do vestuário exigem nosso esforço na capacidade de alcançá-los.

Em todos os lugares, os instrutores competentes, nessa ou naquela matéria cultural em que iniciamos a inteligência, reclamam honorários justos.

Pagamos cada dia, ensinamentos, suprimentos, dívidas e prestações.

E, para isso, compete-nos trabalhar infatigavelmente usando o suor, a humildade, a diligência, a iniciativa, a coragem e a renunciação.

Entretanto, há uma classe de orientadores que nos trazem os talentos da virtude, sem exigir pagamento.

Lecionam paciência e bondade, tolerância e perdão.

Ajudam-nos a edificar o santuário da fé e induzem-nos à vigilância sobre nós mesmos.

Amparam-nos, à distância, com os raios de sua força, mantendo-nos em posição de alerta, no desempenho de nossos deveres.

Constrangem-nos a meditar em nossas próprias necessidades de melhoria íntima e conduzem-nos sem perceber a valiosas experiências de renovação interior.

Esses professores gratuitos são os nossos Adversários.

São realmente Aqueles que ainda não nos podem compreender e guiam-nos, por isso mesmo, à perseverança no bem ou aqueles que ainda não conseguimos entender e, por isso mesmo, nos conduzem à desistência do mal.

“Amai aos vossos inimigos” – disse o Mestre.

E repetiremos por nossa vez: - Amemos Aqueles que nos contrariam, aproveitando a oportunidade que nos oferecem ao auto-aperfeiçoamento e, sem ônus do ouro e sem o sacrifício do suor, alcançaremos por intermédio Deles, sublimes talentos espirituais para a vida eterna.

Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: Marcas do Caminho. Lição nº 25. Página 82.

Mensagem recebida no Centro Espírita Luiz Gonzaga em Pedro Leopoldo em 13.04.1953.