Esperança Sempre

 

 

Quando a gente pensa em regiões umbralinas e purgatoriais, duas coisas são recorrentes entre quase todos nós:

1-Pensamos que é local para muitas pessoas desequilibradas, menos para nós mesmos;

2-Lembramos logo das cenas dos filmes e novelas: farrapos humanos, sujos e ensandecidos, presos em longas repetições de comportamentos cotidianos que lhes eram marcantes; maltratados pelos outros mais embrutecidos, amedrontados; julgando a si mesmos vítimas e injustiçados por tudo e por todos.

“Sonâmbulos das paixões em que se desregravam, são cativos dos seus próprios reflexos dominantes.” – diz Emmanuel.

E complementa: “Por mais se lhes atraia a atenção as Esferas sublimes, encasulam-se nos interesses inferiores, encarcerando na Terra as antenas da alma.”

Ou seja, eles abandonaram a roupa física e estão diante das maravilhas dos Reinos Espirituais.
Mas olham apenas para o que eram ou possuíam na Terra!

Será este meu caminho no além-túmulo?

Vejamos:

Se eu trancar meu coração no local onde guardo dólares, joias, ouro e títulos ao portador, posso terminar vendo o meu caixão como sendo o meu cofre, repleto de tesouros ilusórios.

Se eu tiranizo um grupo através das palavras, seja minha família, meus empregados ou uma multidão, posso terminar fazendo longos discursos e debates perante um morro de barro e entulhos, sentado na primeira cadeira da ilusória tribuna de honra.

Se eu uso da arte e da criatividade para semear inúmeras imagens viciosas, tudo em nome do amor, posso terminar num ilusório palco, gesticulando e escrevendo no ar as mesmas idéias doentias, sempre aclamado por centenas de fãs imaginários.

Se eu estendo egoísmo feroz para aprisionar consciências, posso retornar aos lugares onde reinei e me tornar obsessor dessas mesmas pessoas que se libertaram do meu guante.

Se eu objetivo sempre o culto da sensualidade, posso terminar agressivo e choroso na plateia do banquete das minhocas e vermes devorando meu corpo físico.

Se eu tenho prazer em companhias enfermiças ou em assuntos sombrios e doentios, posso terminar hipnotizado por inteligências trevosas que me usarão para seus delitos.

Há esperança para estas doenças da alma?
Sempre há!

Deus nos permite sempre que façamos nossas escolhas, é certo.
Ele não escraviza ninguém.

“Por isso, quase sempre, em sucessivas reencarnações, gastamos séculos no mal, a fim de entender o bem.” – observa Emmanuel.

Saber o que acontece no pós-morte com aqueles que daqui partiram em franco desequilíbrio é convite para que não venhamos a cometer o mesmo erro.

A hora de nos corrigir é agora, principalmente naquilo que costumamos criticar em outros.

“Clareia-te por dentro. “Aprimora-te e serve.” – adverte-nos Emmanuel.

Estudo e oração, caridade e autoavaliação. Tudo buscando nos pacificar e harmonizar.

“Enquanto no corpo físico, desfrutas o poder de controlar o pensamento, aparentando o que deves ser; no entanto, após a morte, eis que a vida é a verdade, mostrando-te como és.” (Emmanuel)