A lição da bondade

 

 

Quando Jesus entrou vitoriosamente em Jerusalém, montado num burrico, eis que o povo, alvoroçado, vinha vê-lo e saudá-lo na praça pública. 

Muitos supunham que o Mestre seria um dominador igual aos outros e bradavam: 

- Glória ao Rei de Israel!... 
- Abaixo os romanos!... 
- Hosanas ao vencedor! ... 
- Viva o Filho de David!... Viva o Rei dos Judeus!... 

E atapetavam a rua de flores. 

Rosas e lírios, palmas coloridas e folhas aromáticas cobriam o chão por onde o Salvador deveria passar. 

O Mestre, contudo, sobre o animalzinho cansado, parecia triste e pensativo. Talvez refletisse que a alegria ruidosa do povo não era o tipo de felicidade ele desejava. Queria que ver o povo contente, mas sem ódio e sem revolta, inspirado pelo bem que ajuda a conservação das bênçãos divinas. 

O glorificado montador ia, assim, em silêncio, quando linda jovem se destacou da multidão, abeirou-se dele e lhe entregou uma braçada de rosas, exclamando: 

- Senhor, ofereço-te estas flores para o Reino de Deus.
O Cristo fixou nela os olhos cheios de luz e indagou: 
- Queres realmente servir ao Reino do Céu? 
- Oh! sim... - disse a moça, feliz. 
- Então - pediu-lhe o Mestre -, ajuda-me a proteger o burrico que me serve, trazendo-lhe um pouco de capim e água fresca. 

A jovem atendeu prontamente e começou a compreender que, na edificação do Reino Divino, Jesus espera de nós, acima de tudo, a bondade sincera e fiel do coração.