JESUS

 
 

         625. Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo?

            - Vede Jesus.

O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

 

         Em nenhuma circunstância de seu divino apostolado, Jesus se prevaleceu de sua condição de superioridade para oprimir ou humilhar quem quer que fosse.

         Assim, jamais escolheria nascer entre os homens em condições especiais que, do ponto de vista material, não lhe permitissem nivelar-se às necessidades humanas, segundo as Leis vigentes no Planeta.

         Da Manjedoura ao Calvário, a sua trajetória foi a da luz que dissipa as trevas, ensinando, através dos próprios exemplos, o árduo caminho para os Cimos.

         Compreendamos quantos que, pretendendo, por certo, exaltar-lhe a figura, conceberam teorias discrepantes na tentativa de justificar-lhe a sublime presença entre nós, como se o Poder de Deus não pudesse manifestar-se nos considerados elementos inferiores da Criação.

         O lírio que desabrocha no charco não se diminui em beleza e esplendor!

         O Cristo, se carecesse de intermediários para o seu Pensamento, teria continuado a enviar os Profetas que, em seu Nome, durante séculos, falaram à Humanidade.

         Por que, então, Ele teria vindo, corporificando-se como os espíritos comuns?

         É que necessitávamos de um ponto de referência sobre-humano, para que a Verdade se nos revelasse sem distorções, através da palavra sem retoque e da vivência irrepreensível.

         Todos, antes e depois Dele, os que se destacaram na Terra como grandes luminares da Espiritualidade, não forma senão pálido reflexo de sua grandeza incomensurável.

         Não, o Senhor não recorreria a subterfúgios para que o seu espírito lograsse transcender a matéria!

         A tantos, infinitamente menores, não tem sido possível superar os embates com as paixões, redimindo-se no abençoado campo de luta das formas que perecem?

         Por outro lado, é evidente que os elementos constitutivos do corpo físico do Mestre eram dos mais rarefeitos, todavia não completamente eterizados...

         Ele não foi uma miragem e nem tampouco uma ficção!

         Sem que nenhum historiador atestasse, sem equívocos, a sua existência, a sua Mensagem aí está, atravessando gerações e influenciando, decisivamente, os rumos da civilização.

         João, o Evangelista, que tantas vezes o estreitou fraternalmente em seus braços e lhe sentiu o pulsar do amado coração junto ao seu, não hesitou em testemunhar, escrevendo: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós...”

         “Habitou entre nós”, sem, no entanto, ainda habitar em nós, que permanecemos na periferia de sua lições, hesitando em aceitá-lo, em definitivo, na condição de Senhor e Mestre.

         Consciente ou inconscientemente, ao longo de mais de vinte séculos, enveredamos por elucubrações metafísicas e esgrimimos em torneios da inteligência, a pretexto de penetrar-lhe o sentido profundo da Doutrina e da Vida, para não lhe aderirmos aos ensinamentos, em espírito e verdade.

 

Livro:  Carma e Evolução

            Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José

            LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo