FENÔMENOS MEDIÚNICOS

 

FENÔMENOS MEDIÚNICOS

 

          A mediunidade é conquista espiritual do homem, no seu processo evolutivo, a manifestar-se através da organização física e não apenas na área da vida objetiva, porquanto, no mundo transcendente, alcança elevadas expressões de atividade nobilitante.

          O corpo somático serve-lhe de equipamento, a fim de facultar aos desencarnados o intercâmbio com os homens. No entanto, além dos círculos terrenos, homens e espíritos – os primeiros, parcialmente liberados da matéria e os segundos, livres – dão curso ao ministério das comunicações entre eles, assim como com outras entidades de esferas menos ou mais elevadas, em nome do amor.

O Apóstolo Paulo, em sua II Carta aos Coríntios (4:7), afirma que “temos esse tesouro em vaso de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não nosso”, exaltando a responsabilidade e a renúncia do médium na tarefa que lhe diz respeito.

A mediunidade funciona como um refletor das imagens da vida espiritual. Quanto melhores as condições do aparelho, tanto mais fiéis as impressões transmitidas. O oposto igualmente ocorre, proporcionando distorções e incorreções correspondentes.

A fonte emissora projeta as vibrações com limpidez, que o médium capta, e, conforme as suas capacidades moral, cultural e emocional, traduz.

O pensamento do comunicante é captado pelo médium através da lei de afinidade fluídica e passa por estágios diferentes.

De início, a captação sensorial, na qual a mente registra a ideia e as sensações do espírito, passando-as pelo campo da memória, que fornece as palavras para vestir as informações e externá-las. Em seguida, o estágio mnésico, em que ao médium cumpre entender – em estado ou não de consciência, de lucidez espiritual – o sentido da idéia captada, a fim de transmitir, na fase intelectual, com o próprio ou o vocabulário do agente desencarnado, escrevendo – psicografia – ou falando – psicofonia – com a clareza e fidelidade necessárias.

Trata-se, dessa forma, de um fenômeno que ocorre na área neuropsíquica, assim simplificado para dar idéia de uma ação dinâmica e móvel, sujeita a variações diversas por parte do comunicante, do médium e das vibrações do meio ambiente, que exercem papel preponderante no intercurso mediúnico.

A harmonia de pensamentos e vibrações faz-se indispensável para a fidelidade nas comunicações espirituais.

Estamos diante de equipamentos delicados, que sofrem alterações sutis, com efeitos imprevisíveis.

Nas divinas leis, facilidade é a etapa final de uma laboriosa engrenagem, adrede acionada para acontecer no momento azado.

As comunicações espirituais não são uma ocorrência fácil como pode parecer ao observador descuidado, exceto nos casos obsessivos, em razão da predominância da mente perturbadora, sobre a vencida, por efeito de sintonia natural e cármica entre os afins...

Os fenômenos mediúnicos, qual ocorre com os demais, são regidos por leis severas que se não submetem aos caprichos ou às circunstâncias vigentes, nos lugares onde se desejam obtê-los.

À equipe mediúnica e ao instrumento cabem responsabilidades que devem ser cumpridas, a favor do êxito que se pretenda.

Por outro lado, a organização neuropsíquica do médium aciona amplos equipamentos que se devem ajustar, produzindo uma aura de harmonia, como efeito de vários fatores, assim favorecendo ao desencarnado os recursos para equilibrada comunicação.

A glândula pineal, por exemplo, que responde pelos mecanismos  da meditação e da reflexão, do pensamento e do discernimento, é altamente responsável pelas comunicações mediúnicas, em se considerando a sua função nos mais diferentes fenômenos psíquicos.

Assim, pois, todo um contingente de recursos e valores se somam para que os fenômenos mediúnicos, na Terra, tenham lugar com elevação e critério a benefício dos espíritos e dos homens.

 

Livro:  Médiuns e Mediunidades

Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Vianna de Carvalho